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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sopa dos Pobres

Hoje, tal como sei lá quantas outras vezes mais, passei ali à porta da Associação Dar as Mãos, aqui em Famalicão, onde se distribui uma sopa diária aos pobres. Era fim de tarde. Ainda não muito, pois o pessoal deve ter que sair cedo.
E hoje, tal como nesses tantos outros dias, lá estavam os do costume. Arrastando o seu ar envergonhado e miserável, vestuário desgastado e ainda sujo de trabalho ou desleixo, cheio de terra, pó e manchas.
É vê-los a chegar, sempre sózinhos, e depois a iniciarem a conversa com os seus companheiros de desgraça. Sempre desdentados. Quase só homens, mas também algumas mulheres.
São rostos duros, tristes, cheios de rugas. Homens velhos que ainda não o deveriam ser. No entanto, já acabados e semi-perdidos. Os cabelos aparecem também sempre desgrenhados. A barba é de alguns dias. Contudo, não se trata de questão de moda. Não! Não se trata de homens e mulheres propriamente atraentes ou que procurem parceiro para algumas horas de prazer. Apenas se evidencia a incúria, o desinteresse, o deixa-andar. Talvez nem sequer lhes ocorra um "Se estou assim com este aspecto não há-de haver mal por isso. Há muito mais em que pensar!"
Sobre-viver.
É assim a vida!
Feita de tristeza e infelicidade, às vezes. Não apenas momentos mas a vida toda como um todo.
E como é complicado e difícil sair desse tipo de vida... triste.

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