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terça-feira, 22 de junho de 2010

Sejam livres! ... Vivam a vida sem correntes.


Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

- X -

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sopa dos Pobres

Hoje, tal como sei lá quantas outras vezes mais, passei ali à porta da Associação Dar as Mãos, aqui em Famalicão, onde se distribui uma sopa diária aos pobres. Era fim de tarde. Ainda não muito, pois o pessoal deve ter que sair cedo.
E hoje, tal como nesses tantos outros dias, lá estavam os do costume. Arrastando o seu ar envergonhado e miserável, vestuário desgastado e ainda sujo de trabalho ou desleixo, cheio de terra, pó e manchas.
É vê-los a chegar, sempre sózinhos, e depois a iniciarem a conversa com os seus companheiros de desgraça. Sempre desdentados. Quase só homens, mas também algumas mulheres.
São rostos duros, tristes, cheios de rugas. Homens velhos que ainda não o deveriam ser. No entanto, já acabados e semi-perdidos. Os cabelos aparecem também sempre desgrenhados. A barba é de alguns dias. Contudo, não se trata de questão de moda. Não! Não se trata de homens e mulheres propriamente atraentes ou que procurem parceiro para algumas horas de prazer. Apenas se evidencia a incúria, o desinteresse, o deixa-andar. Talvez nem sequer lhes ocorra um "Se estou assim com este aspecto não há-de haver mal por isso. Há muito mais em que pensar!"
Sobre-viver.
É assim a vida!
Feita de tristeza e infelicidade, às vezes. Não apenas momentos mas a vida toda como um todo.
E como é complicado e difícil sair desse tipo de vida... triste.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Benfica: Campeão há uma semana




O Benfica foi campeão há uma semana.

A festa dos encarnados foi de grande alegria e, ao contrário do que vocês pensam, aqui neste blogue não são todos benfiquistas. Só eu é que sou.

SOMOS CAMPEÕES.



quinta-feira, 6 de maio de 2010

To be... or not to be

I am Pedro,
you are André,
he is João,
she is Sara.
We are the class!
You are the pupils.
                                                                       
What about Nuno and Cátia?
What are they?                                   

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O trabalho do poeta

O trabalho do poeta é esculpir a vida e o sonho,
burilar a palavra.

A palavra rasga e fere e mói e dói,
qual cinzel na mão do artista.

Às vezes, como por acção da água ou do vento,
a palavra soa macia e redonda. Leve. Fresca.
Mas tem dias ou minutos
em que soa amarga, ácida, sepulcral.

Ah! Língua da vida, língua do inferno.
Madura, soltas a verdade que há em ti.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O nosso blogue

O nosso blogue é uma alegria. Não tenho palavras para explicar.
O meu professor do 1º ciclo era fiche mas, este ano, nós estamos separados, o que quer dizer que não nos encontramos. Eu ando numa escola a estudar enquanto ele anda noutra a ensinar.
No primeiro ciclo, ele deixava-nos mexer no computador dele. Portanto, imaginem que professor era: bom, obviamente.
Se eu sei escrever assim é porque me ensinaram e quem me ensinou foi mesmo ele. Até parece que tem poderes especiais.
Como diz o ditado "aprender até morrer".

sábado, 27 de março de 2010

O que é isto, afinal?


os digitais.


Mas que nome bem escolhido, André!

Sim, porque a geração dos rapazes que se propõem fazer este blogue é já tendencialmente imaterial, de cada vez mais reduzido consumo de papel.


Bom...

Vou começar por contar-vos a história que há uns dias atrás se passou.

Sou professor do 1º Ciclo.
No ano passado trabalhei numa escola pequenina, fantástica, aqui bem perto de Famalicão - a EB1 de Abade de Vermoim. Digo fantástica porque nela passei 3 dos anos mais interessantes da minha vida.
Para esse facto talvez tenha contribuído fortemente o facto de, pela primeira vez em 15 anos de trabalho docente, me encontrar colocado por um período tão longo.
Assim, acabei por estabelecer laços que se viriam a revelar bem fortes com diversas pessoas, entre as quais alguns dos meus alunos da turma a que leccionava. Uma turma de 3º e 4º anos, acrescente-se.

Ora, aqui há uns dias recebo um mail de um desses alunos, o André Lopes, a convidar-me para participar num blogue que ia lançar.
Não podia dizer que não, é claro! Mesmo sendo certo que o meu tempo para aqui colaborar e publicar não seja assim tanto, não posso deixar de participar em algo de que também, indirectamente, fui pai, por assim dizer.

Na nossa turma da escola de Abade de Vermoim, tínhamos um blogue - o Blogue Júnior. Este funcionou desde o início como um blogue em que cada um tinha total liberdade para escrever e deixar as suas impressões sobre o que pensava, gostava, sentia, vivia. Os interesses de cada um, em cada momento, foram o centro desse blogue, fossem eles os do professor orientando a divulgação de algumas actividades ou trabalhos, ou os dos alunos, falando sobre o que muito bem lhes apetecesse.
O Blogue Júnior foi uma fonte de transpiração; mas também de inspiração. Deu trabalho aos seus participantes mas deu também imenso gozo e prazer e fomentou ainda o gosto quer pela escrita quer pela leitura.

Acrescente-se que além de mim, o André convidara também já o João Perliteiro e o Nuno Pinheiro, seus actuais colegas de turma no 5º ano (frequentam actualmente uma das turmas do Agrupamento de Escolas Júlio Brandão). Entretanto, falámos pessoalmente e decidimos começar a publicar embora ainda nem se saiba lá muito bem o quê.
Temos aqui uma equipa já completa e pronta a trabalhar. Mas não se sabe em que baliza vai marcar golos. Hehehe!...

Logo se verá. Para já, é preciso arrancar com esta coisa. Para isso aqui fica a presente postagem. Depois, há que arranjar onde estes rapazes escrevam e publiquem pois a internet em casa é coisa que ainda não funciona livremente; e nem sequer na escola, valha a verdade.
Isto de não se nascer rico tem, sem sombra de dúvida, as suas desvantagens; e não me refiro apenas às materiais mas também às culturais.

Vamos lá a escrever!

Longa vida a 'os digitais'.

segunda-feira, 8 de março de 2010